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Ameth Doreen Valiente (1922-1999)

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Doreen Valiente é uma das Bruxas inglesas mais respeitadas que influenciou o movimento atual da Bruxaria. Foi uma das primeiras iniciadas e Altas Sacerdotisas de Gerald Gardner, e fez muito em coescrever junto a ele os rituais básicos e diversos material que ajudaram a mudar e dar forma à Bruxaria como é percebida hoje. Doreen (Doreen Edith Dominy) nasceu em 4 de janeiro de 1922 em Mitcham, sul de Londres, filha de Harry e Edith. Sabe-se pouco de sua família exceto que eram cristãos e muito religiosos. Durante seus primeiros anos Doreen viveu perto de Horley, em Surrey, e ali teve suas primeiras experiências psíquicas. Quando tinha 7 anos se sentiu fascinada pelos movimentos da lua, dedicando-se a olhá-la e estudá-la do jardim. Em uma dessas ocasiões experimentou seu primeiro contato espiritual: "Vi aquilo que a gente chamaria o mundo da realidade cotidiana era irreal, e  por trás deste havia algo muito poderoso. Vi o mundo da força atrás do mundo da forma" Longe de ser uma experiência perturbadora, isso aumentou sua curiosidade pela verdadeira natureza da existência vital: "Por um momento experimentei o que estava  por trás do físico. Foi precioso, maravilhoso, absolutamente terrível. Isto, acredito, mudou muito minha vida"





Aos 13 anos Doreen começou a experimentar magia simples. Uma vez se inteirou que sua mãe, que trabalhava como caseira, estava sendo constantemente inferiorizada e atormentada por uma companheira de trabalho. Doreen foi capaz de conseguir uns cabelos da mulher e preparou um feitiço para deter sua perseguição. O feitiço ao que parece funcionou, mas sua fervorosa família cristã, possivelmente por medo, estava longe de sentir-se feliz e enviaram Doreen para longe, mandando-a a um internato. Doreen escapou quando tinha 15 anos e se negou a retornar. Com o passar do tempo, Doreen estava mais consciente de suas próprias habilidades psíquicas. Começou suas leituras e estudos de todo o material ocultista que caía em suas mãos, incluindo os trabalhos do Charles Godfrey Leland, Aleister Crowley e Margaret Alice Murray, a quem particularmente admirava. Em 31 de janeiro de 1941, tendo 19 anos, Doreen trabalhava como secretária em Barry, Gales do Sul. Ali conheceu seu primeiro marido, Joanis Vlachopoulos. Não se sabe tampouco muito sobre Joanis, exceto que era um 'marinheiro de primeira' ao serviço da Marinha Mercante, fora do Cardiff. Naquele tempo era uma ocupação perigosa, com a Segunda Guerra Mundial estendendo-se por toda a Europa, e a marinha britânica servindo para o reabastecimento das tropas e forças militares. Diariamente desapareciam muitos navios e marinheiros cruzando as traiçoeiras águas de Atlântico. Apenas seis meses após seu casamento, informouse que Joanis estava perdido no mar e supostamente morto. Apesar de sua perda, Doreen seguiu trabalhando como secretária em Gales, de onde se mudou para Londres. Em 29 de maio de 1944, justo uma semana antes dos desembarques da Normandía, Doreen se casou com seu segundo marido Casimiro Valiente. Casimiro era um refugiado da guerra civil espanhola, que enquanto lutava com as forças francesas livres contra a ocupação alemã, tinha sido ferido e enviado de novo a Inglaterra como inválido. Conheceu a Doreen durante sua convalescença em Londres, e se casaram no cartório de registro de St. Pancras. Permaneceriam juntos durante 28 anos, até a morte do Casimiro em abril de 1972. Pouco depois do final da guerra Doreen e Casimiro se mudaram a Londres, estabelecendo sua residência no Bournemouth, não longe da área de New Forrest onde Gerald Gardner tinha sido iniciado na Bruxaria. Quando os bombardeios pararam dando passo a uma Londres em ruínas, a paz e a tranqüilidade lentamente voltaram ao ambiente, o que despertou de novo o interesse do Doreen pela história e folclore local, a Bruxaria, o ocultismo e os fenômenos psíquicos. Em 1952, pouco depois das antigas leis contra a Bruxaria serem abolidas, Doreen leu um artigo sobre Cecil Williamson e a abertura do Centro Folclórico de Superstição e Bruxaria, situado na Ilha de Man. O artigo mencionava um coven que ainda operava na área de New Forrest, algo que intrigou muito a Doreen que escreveu a Williamson pedindo mais informação. Williamson a seu devido tempo passou a carta a Gerald Gardner. Depois de se corresponderem por um tempo, Doreen manifestou seu interesse por unir-se a um Coven. Gardner a convidou a tomar chá na casa de uma amiga, perto do New Forrest. Foi o verão de 1952, em um povoado chamado Christchurch (em Hampshire) onde vivia uma senhora chamada 'Dafo', a mesma dama que introduziu Gardner ao Coven de New Forest durante outono de 1939. A dama usava muito sabiamente o pseudônimo de 'Dafo' pos havia aproximadamente somente um ano que a antiquada lei do "Ata de Bruxaria de 1735" tinha sido revogada. Para muitos, 'tecnicamente' a Bruxaria ainda era considerada uma ofensa criminal, e declarar-se a si mesmo como bruxo podia trazer toda classe de complicações sociais. Em sua primeira reunião na casa do Dafo, Gardner não convidou a Doreen a unirse ao seu coven, embora tenha lhe apresentado uma cópia do livro 'High Magic’s Aid'. Ele fazia isto a todos os potenciais Iniciados, com o objetivo de medir suas reações ante a nudez e os açoites rituais. Depois de seguir mantendo sua correspondência, no ano seguinte de 1953 Doreen recebeu sua Iniciação de primeiro grau no Ofício. Segundo a Tradição, um membro do sexo oposto deve levar a cabo a Iniciação, assim Gardner decidiu conduzi-la ele mesmo. Na véspera do solstício do verão Gardner tinha que assistir a um encontro para o 'Solstício Druídico' em Stonehenge, onde ele ia emprestar sua espada ritual para a ordem druídica. Em sua viagem de caminho desde seu museu de Bruxaria na Ilha da Man, fez uma parada na casa do Dafo para iniciar a Doreen. Nessa tarde Doreen renasceu como 'Ameth', seu pseudônimo mágico ou nome da Arte, pelo qual seria conhecida. Durante a Iniciação, Gardner utilizou seu próprio Livro das Sombras, que conforme assegurava continha informação e reminiscências de ritos tirados da Antiga Religião, passados através dos séculos até o antigo Coven de New Forest. Do livro leu uma passagem que Doreen reconheceu imediatamente. Não provinha da Antiga Religião, mas sim de uma fonte mais moderna, a 'missa gnóstica' escrita por Aleister Crowley. Gardner então lhe deu livre acesso para que visse seu 'Livro das Sombras' e outros materiais que tinha recolhido. Seguia afirmando que a maior parte do material lhe tinha sido transmitida por seu antigo Coven, mas a maior parte estava fragmentada. Doreen imediatamente reconheceu outras partes do trabalho de Crowley entre o material, embora tenha aceitado a afirmação de Gardner sobre como aquilo tinha ido parar lá. Em colaboração com Gardner, ela começou a reescrever seu 'Livro das Sombras' utilizando seus consideráveis dons poéticos. Eliminou grande parte da influência de Crowley pela má reputação do autor e o substituiu por trabalhos do Charles G. Leland, como se faz evidente em sua peça mais famosa, 'A Carga da Deusa'. Esta revisão da versão do Livro das Sombras serviu como base para o que seria conhecido como a Tradição de Wicca Gardneriana”, a qual ainda hoje é uma das dominantes na Bruxaria contemporânea. Desde estes tempos iniciais podemos ver como a influência de Doreen Valiente ajudou a formar e moldar o futuro da Bruxaria Moderna, assim como sua evolução em muitas outras Tradições. Doreen também tem o crédito de incrementar a ênfase na adoração à Deusa e isto transformou a Arte em uma religião completamente articulada. Entretanto, por volta de 1957 começou-se a formar uma quebra entre o Gardner, Doreen (agora sua Alta Sacerdotisa) e o resto do Coven. A causa principal foi por sua implacável busca de publicidade (de Gardner) que levaria Doreen (e a outros) a deixar o Coven. Em sua autobiografia 'O Renascimento da Bruxaria' ela explica: “Como Alta Sacerdotisa do Coven, senti que ao falar com a imprensa, Gardner estava comprometendo a segurança do grupo e a sinceridade de seus próprios ensinos". Gardner persistiu em seus modos o que forçou a separação. Doreen partiu para estabelecer seu próprio Coven junto a um homem chamado Ned Grove. Posteriormente, e antes da morte do Gardner, restabeleceram seu respeito mútuo e sua amizade, mas nunca chegou ao mesmo grau de antes. A vida mudou dramaticamente para o Doreen em 1964, quando tanto sua mãe Edith como Gerald Gardner faleceram. Também nesse ano, possivelmente pelo aumento de tensões internas dentro do Gardnerianismo, Doreen decidiu seguir adiante e procurar outra Tradição. Foi iniciada no 'Clã do Tubal-Caín', um Coven dirigido pelo Robert Cochrane. Ele afirmava ser um bruxo hereditário, e foi o fundador da Tradição agora conhecida como '1734', Tradição supostamente herdada por sua família. Doreen, entretanto, desiludiu-se logo com Cochrane e se deu conta que ele era mais ficção que realidade. Robert era abertamente depreciativo com os Bruxos Gardnerianos, algo que a incomodou muito. Até que se inteirou de sua obsessão pelas 'poções de Bruxas' (drogas) e o deixou. Cochrane morreu em 1966 no que parece ter sido aparentemente um suicídio ritual, ingerindo folhas de beladona. A década de 60 foi um tempo que trouxe mudanças a muita gente, de muitas formas, e também foi uma época que mudou muitas percepções públicas. A liberdade estava no ar, começou uma revolução sexual, o rock & roll tinha chegado para ficar, e os movimentos pacifistas proliferavam com as pessoas tomando as ruas contra a guerra, o racismo e por assuntos ambientais. A agitação social despertou de novo as velhas idéias de que o Governo controlava e suprimia a informação, assim foi como nasceu uma opinião publica que começou a mudar. O público, por fim, tinha encontrado uma voz.

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