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Entenda porque Wicca é a religião da Mãe



A Wicca é uma religião matrifocal. Matrifocal significa "Foco na Mãe". Este termo foi cunhado pelas pessoas que iniciaram a exploração das religiões centradas no Sagrado Feminino para se referir às práticas e Tradições centradas na figura da mulher e da Deusa. Praticamente todas as Tradições de Wicca são matrifocais. Mesmo as Tradições mais rígidas, engessadas e que observam altamente o conceito das polaridades, como as Gardneriana e Alexandrina, podem ser consideradas ao menos matriduoteístas.  Nestas Tradições o Deus é visto como filho e consorte da Deusa. Ele não é o Criador e sim o co-criador e mantenedor de toda existência gerada à partir da Grande Mãe. O conceito da Deusa, como criadora de toda vida, se expressa inclusive nas formas rituais destas Tradições onde a mulher (representante humana da Deusa) lança o Círculo Mágico para os rituais. Isso possui um simbolismo profundo, o Micro representando o Macro. A mulher/Sacerdotisa (a Deusa) cria o Círculo (mundo) onde seus filhos (Coveners)19 realizarão seus feitos (magia). O homem/Sacerdote (o Deus) a auxilia nesse processo (co-cria o mundo), enquanto a Sacerdotisa lança o Círculo ao redor. A criação e lançamento do Círculo, assim, é uma representação alegórica da própria criação do universo e do mundo.

Poderíamos dizer que na verdade a maioria das Tradições Wiccanianas são matriduoteístas, ou seja, celebram feminino e masculino, mas percebem o Sagrado Feminino como a fonte criadora de toda a vida. A grande verdade é que você pode fazer Wicca somente com a Deusa, com a Deusa e com o Deus, mas só com o Deus seria impossível. A explicação é simples: Toda a vida vem da mulher. O homem é participador da vida, mas não o gerador dela. A força da vida é infinitamente mais feminina do que masculina. Até cientificamente podemos ver atualmente estudos e mais estudos sobre a fecundação sem a presença de espermatozóides (vamos traduzir religiosamente como sendo sem a presença do Deus/Homem) como algo altamente possível. O mesmo já não pode se dizer sobre a fecundação sem o óvulo (vamos traduzir religiosamente como sendo sem a presença da Deusa/Mulher). Há estudos que indicam isso como algo possível e que levam muitos cientistas a pensarem que o masculino surge, em algum momento da história, como uma transformação natural à partir do feminino. Um experimento foi feito com camundongos pela equipe da cientista Orly LachamKaplan, da Universidade de Monash em Melbourne (Austrália). Os pesquisadores pegaram uma célula somática - qualquer uma do corpo à exceção das reprodutivas (espermatozóide e óvulo) - e a quebraram no meio usando substâncias químicas. Com isso, metade do número de cromossomos foi expulso. A etapa seguinte foi a fecundação dos óvulos por outras células, também nãoreprodutivas e divididas ao meio, que fizeram o mesmo papel do espermatozóide numa fertilização tradicional. Desta forma, poderíamos dizer que o feminino é o princípio da vida, a causa primeira de toda existência. Isso por si só seria motivo suficiente para que os Pagãos não se sentissem ofendidos com o fato de alguns escolherem celebrar apenas o Sagrado Feminino, da forma que Diânicos como eu fazemos. Se você não concorda com esta visão, está Ok. Os Diânicos respeitarão a sua opção de escolha por uma forma de prática mais "polarizada", onde a Deusa e o Deus estejam em pé de igualdade ou quase. A forma Diânica de Bruxaria pode não ser uma prática compreensível e válida para todas as pessoas, mas é para alguns e por isso deve ser respeitada.
O único problema dos Diânicos com Bruxos que enfatizam a observação estrita das polaridades não é fato deles darem ao Deus e o Sagrado Masculino a mesma importância que o Feminino, mas sim de quererem forçar todos a aceitarem tanto o Sagrado Masculino quanto a sua visão como a única verdade quando muitos sentem que cultuar o Deus não é algo totalmente necessário. Diferenças são saudáveis e desde que elas não firam os princípios básicos da Arte e não sejam incompatíveis devem ser celebradas como algo positivo.  Muitas são as pessoas que acreditam que a manifestação primeira da vida física foi feminina. Isso é facilmente explicado, não só pela visão simbólica como a ilustrada anteriormente, sobre o fato de  somente a Sacerdotisa poder lançar o Círculo nas Tradições Gardneriana e Alexandrina, como também em função dos fatos cientificamente comprovados. Transcrevo uma pequena parte do livro "O Corpo da Deusa" da Rachel Pollack para exemplificar este conceito melhor:

"Os achados da biologia e da evolução reforçam a primazia do feminino. Os biólogos descrevem os primeiros organismos como femininos[...] No decorrer da longa evolução, a introdução do masculino ocorre bem mais tarde, e pode ser chamada de uma mutação do feminino. Várias décadas atrás, os biólogos descobriram que todos os fetos humanos começam como femininos e nos dois primeiros meses seguem em um padrão de desenvolvimento que resultaria em um bebê do sexo feminino. Na quinta semana desenvolve-se uma gônada indiferenciada que eventualmente vai se transformar nos órgãos sexuais femininos ou masculinos. Um sexo com cromossomos XX vai então desenvolver ovários na sexta semana. Entretanto, se o feto contém cromossomos XY, o cromossomo Y vai fazer com que as gônadas secretem um "organizador testicular". Essa química promove a "diferenciação", ou seja, envia gônadas para uma nova linha de desenvolvimento, formando os testículos.  Um artigo publicado em 4 de agosto de 1992, no The New York Times, descreve como o processo se inicia com a proteína conhecida como "fator de determinação dos testículos" subjugando o DNA para que os diferentes genes entrem em comunicação. Segundo Monica Sjoo e Barbara Mor[..], no início os fetos protam possibilidades reprodutoras tanto femininas quanto masculinas. À medida que um conjunto se desenvolve, o outro degenera. [...] Uma abordagem chauvinista feminina pode descrever os homens como uma espécie de reflexão tardia no esquema da existência[...] Tudo isso -os fatos biológicos e também as imagens sagradas- sugerm uma saída para a dualidade na maneira de pensar sobre os sexos, a tendência a discutir sobre a igualdade entre os sexos e a superioridade de um sobre o outro. Estas duas posições aceitam a suposição do feminino e masculino como fundamentalmente diferentes, embora no útero, todos os fetos comecem iguais. Em vez de uma separação e um conflito essencial entre os homens e as mulheres que podem cooperar, mas permanecer separados, podemos vê-los como unidos dentro do corpo divino- não metaforicamente, ou mesmo apenas na parceria, mas nos níveis físicos mais fundamentais".



Assim sendo, todos nós, independente de hoje sermos homens ou mulheres, começamos no ventre de nossas mães como seres femininos. É inegável que a teoria do homem ser uma mutação da mulher deva ser levada em consideração. Podemos ver reflexos disso até mesmo em nossos corpos. As mulheres possuem mamilos para alimentar a sua cria e perpetuar a vida, enquanto nos homens a presença do mamilo não tem função alguma e permanece até hoje sem uma explicação biológica plausível. Se todas as partes de nosso organismo possuem uma função e não fazem parte do corpo por um mero acaso, como a própria ciência afirma, qual seria a explicação para a existência do mamilo em homens, então? Este é só um dos muitos exemplos dentre vários das teorias possíveis

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